terça-feira, 31 de maio de 2011

BOLETIM DE OCORRÊNCIA: EM ANDAMENTO O ROUBO DO FUTURO DAS CRIANÇAS

BOLETIM DE OCORRÊNCIA
EM ANDAMENTO O ROUBO DO FUTURO DAS CRIANÇAS

O que quer do seu futuro?
Nada!
O que você quer ser no futuro?
Nada!
O que é futuro?
Não sei, acho que não é nada...
                                              (Diálogo com ........................................... uma menina de 12 anos de idade)

Nunca o Conselho Tutelar foi tão utilizado e acionado como vem acontecendo ultimamente. Com acirramento das desigualdades sociais e o aumento do abismo entre as classes, nossas crianças e adolescentes são deixad@s de lado sofrendo as mais terríveis consequências.

A dificuldade de se reconhecer enquanto animal e de respeitar seus limites de ganancia e crueldade, faz do ser humano a mais intransigente das espécies, resultando numa realidade que estimula o erro, que gera conflitos diários, que inunda de desanimo os sedentos por justiça, e joga na lama inúmeras lutas e conquistas históricas.

Nas escolas a comprovação da incompetência do Estado. Verdadeiros depósitos de crianças e adolescentes sem o mínimo de estrutura física, psicológica e pedagógica para trabalhar a realidade de seus estudantes. Professores desmotivados, mal formados e mal remunerados, são receptores despreparados das angústias e experiências de nossas crianças e adolescentes. Sabe-se enfim da necessidade de reformulação na educação pública, mas pouco – ou nada – se faz. Dirigentes regionais de ensino estimulando a descrença no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), empurrando para as famílias toda a culpa pela falência do Estado na educação pública, além de não apresentar nenhuma contrapartida para a transformação da realidade.

“Essas Porras (crianças) não merecem ter direitos, tem que prender...” , Frase ouvida da boca de uma professora, ou seja lá o que for aquilo, em uma “sala de professores” de uma escola pública, se referindo à crianças e adolescentes de 14 anos no máximo. Apesar da má construção da frase proferida pela docente, a intenção e a cultura embutida na frase mostram a que nível nossa sociedade foi capaz de chegar por não garantir direitos básicos. DIREITOS SIM, e direitos conquistados em belos e longos textos redigidos pelos mais gabaritados doutores, mas que não se efetivam, gerando nas famílias a necessidade de se manter nessa selva do consumo, por meios inadequados e por vezes ilícitos. Agora, como cobrar de famílias que não tem o básico como água encanada, luz elétrica, boa escola, alimentação regulada, roupa de frio, entre outras cositas, uma boa estrutura biopsicossocial de suas crianças? Como esperar de crianças ou adolescentes, que passam a vida a ter vontades, que aguardem pela justiça divina para comprar um “tênis” à que seu sonho se reduziu?

Nos pontos ilegais de venda de entorpecentes ilícitos, ou “biqueiras”, adolescentes recebem de 150 a 300 reais por dia de serviço no tráfico de drogas. Destes jovens se escuta a seguinte pergunta: Qual a alternativa que o Estado me oferece? Claro, colocados em público inteligentemente em dialetos: “Aí mano, vai me arranjar oto trampo pr’eu ajudar a minha mãe?” Por favor, não entro aqui na discussão se é certo ou não recorrer ao crime para suprir sua necessidade, mas destaco o instinto animal do ser humano em se adequar as suas necessidades na medida em que elas se manifestam. Como resgatar as nossas crianças e adolescentes do tráfico e de outros atos infracionais, pedindo para que elas aspirem um futuro próspero, se todos veem aos montes exemplos de que a vida entregue ao trabalho duro não é garantia de satisfazer suas necessidades, e pior, ao observarem a impunidade com os ladrões de colarinho branco e das grandes explorações promovidas pelas diversas corporações.

Fato é que o Estado, em que pese suas competências e responsabilidades, não intervém na sociedade a fim de promover uma transformação social, que mude de fato esse quadro. Um Estado lê-se Estado como Poder instituído, responsável por gerir a coisa pública – que ocupa seu tempo em atender uma pequena camada de corruptos, parentes e agregados que já aprenderam a viver à custa do dinheiro e das regalias geradas a partir da máquina pública. Estão ocupados demais aumentando seus salários e trocando seus carros oficiais, enchendo seus cofres em paraísos fiscais e se esbaldando em viagens caríssimas e eventos requintados. O esforço para a manutenção da miséria é notório. As casas de Leis, Câmaras, Assembleias e Senado burocratizam o acesso, não produzem o que deveriam por excelência, e mergulham as instituições numa descrença frente a sociedade, eternizando assim a permanência dos mesmos.

É nossa obrigação nos atentarmos aos nossos verdadeiros inimigos. Antes de desejar a morte, prisão ou repressão ao “moleque” que te roubou a bolsa ou a carteira, lembre-se que ninguém nasce ladrão, e que ele pode não ter tido uma perspectiva de vida como você teve, e que dará à seus filh@s.

A sociedade está sem folego, e de famílias hoje já desestruturadas, nascerão outros filh@s que terão, provavelmente e infelizmente, um futuro também sem perspectivas. Não é pessimismo, é a realidade, nua e crua, reta e direta, cruel. Consegues identificar o verdadeiro inimigo?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os tipos de Terrorismo

         Encarando mudanças climáticas drásticas, catástrofes naturais/ambientais, e lembrando com mais “ibope” das tragédias sociais, genocídios raciais e tantas outras mazelas e equívocos, entender essa perseguição doentia dos EUA atrás de Osama Bin Laden, usada sempre como pretexto para invasões de países livres e autônomos, como guerra contra o terror, não me “desce a goela”.

             Vai Bush, vem Obama e presidente após presidente os EUA acham que são os “Xerifes” do mundo. A ponto de querer definir o que é terrorismo.

            Vamos apelar a Wikipédia:Terrorismo é o uso de violência, física ou psicológica, através de ataques localizados a elementos ou instalações de um governo ou da população governada, de modo a incutir medo, terror, e assim obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o círculo das vítimas,” o mais interessante é a continuação:A inexistência de um conceito amplamente aceito pela comunidade internacional e pelos estudiosos do tema significa que o terrorismo não é um fenômeno entendido da mesma forma, por todos os indivíduos, independente do contexto histórico, geográfico, social e político. Segundo Laqueur, nenhuma definição pode abarcar todas as variedades de terrorismo que existiram ao longo da história.”

          As intervenções Norte-Americanas em qualquer que seja o país e sob qualquer desculpa, se dá de forma militar, com aparatos bélicos dignos que grandes guerras mundiais. Põe medo, desespero, e sentimento de impotência em toda a população pelo seu poder de fogo, instala sem quaisquer precedentes, suas empresas multinacionais explorando mão de obra barata nos países em desenvolvimento, gerando um pensamento no inconsciente coletivo de dependência e gratidão. Apoia milícias de seus interesses em conflitos religiosos, extremistas, militares, cedendo armas, munição e treinamento (como fez com Osama no começo dos anos 90).

         Com essa postura criminosa ainda querem, os EUA, definir ao mundo o que é terrorismo?

              Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo, um bilhão de pessoas passando fome, 30 mil crianças morrem de fome a cada dia, 15 milhões a cada ano, um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresenta atraso no crescimento físico e intelectual. Acha pouco? 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõe de água potável, 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são anêmicas e encontram-se abaixo do peso. Uma pessoa a cada sete padece de fome no mundo. A cada dia 275 mil pessoas começam a passar fome ao redor do mundo.
            Quanto o governo dos EUA dispõe para enfrentar estes problemas? Nada. Quanto o governo dos EUA dispõe para comprar armas, munição, caças, para expandir seu imperialismo aos países de seu interesse, sob a égide de combater o Terror?

           Menos de 3.000 pessoas morreram nos ataques ao Word Trade Center em 11/09/2001. Por sua vez, só na Guerra do Iraque foram contabilizados mais de 601.000 mortes causadas pelas forças armadas lideradas pelos EUA, sem levantar as outras intervenções militares alavancadas por eles
             Hastear uma bandeira com dizeres “anti-terrorismo” garante o direito de acabar com a vida de tantos outros? Este poderio militar em ação atende ou não a explicação e entendimento do que é Terrorismo?

             Sem a intenção de defender qualquer ação que tire a vida das pessoas, entender que a ação duradoura que garante os EUA como uma grande potencia mundial é uma ação política perversa, mata quando interveem, mata quando deixa de intervir. A busca pelo controle do mudo e de seus recursos mata mais que o terrorismo que os EUA insiste em indicar como o terror. Nos empurrar a coca cola e o mac donald’s, com suas jornadas de trabalho em regime de escravidão, não entram na conta do terrorismo que eles combatem. Testar remédios em populações africanas, testar armas de destruição em massa para interferir nos países do oriente médio também não entram na conta.

            As notícias dizem: “Vitória política de Obama.” Antes de vinte quatro horas da noticia da suposta ação que vitimou Osama Bin Laden, a notícia já fora desmentida, ou pelo menos da inverdade sobre a foto do corpo, que fora veiculada. Posar de “herói assassino” Obama fez bem, mostrar como se deve resolver os problemas com os inimigos políticos, religiosos ou ideológicos também: Na BALA, na GUERRA, para não parar de alimentar as empresas bélicas que garantem uma bela e recheada campanha para reeleição.

             Devemos ficar atentos aos tipos de terrorismo.